sábado, 13 de agosto de 2011

(in)temporal

Agora que pode travar a sucessão de acontecimentos nefastos Aguinaldo Dias surge pela rua em tom renovado. Confiante na luz que traz consigo, uma química interior de boa ebulição, permite observar para fora com liberdade e compreender a simplicidade das coisas, deixando quebrar as barreiras de opinião que traz na algibeira e das taxas de juro que a apatia lhe cobra. Exibe um certo pranto após descobrir que não precisa de visões relativistas para a crónica caminhada que segue, acerta no propósito de resgatar a alma. Constata que a vida esteve em demasiado dentro de gavetas. E isso não o revolta. No meio de uma multidão crescente que se manifesta na praça do mundo Aguinaldo contorna a esquina, continua sobre as arcadas, sentencioso, axiomático, pensa no terrível regresso do mito mesquinho do ideológico. Quer sair daqui mas não pode.

1 comentário:

  1. As ideias que surgem nervosas entre as notas musicais deste jazz, se espalham sobre a sala, ainda que sufoque tentam superar as anteriores!

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